sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Sau(da)de

Desviei-me, quero desviar-me, desviaram-se-me,
Longe de todo e qualquer repuxo
Abraço todo e qualquer repuxo e sou um fantasma,
Não sei ser um fantasma mas sei ser um fantasma,
O meu estômago é um ponto de interrogação,
Doiem-me os sapatos e treino o pino... talvez.


Não sou um fantasma 
Não sei um fantasma,
Quero ficar sem casinha,
Só preciso de discordar de mim e concordar comigo.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Força de Vontade


Nesse dia em que decidas entregar-me
Imploro-te que não me odeies,
Não faças isso aos talvez menos loucos do que eu,
Envia preferencialmente a minha vida por esses novos meios que essas minhas outras vidas irão conhecer.
Nesse dia,
Não abraces um livro de chavetas irritantes,
Não me finjas conhecidamente conhecido,
Gosto de encontrar os filhos dos netos que o meu fado talvez cante encantado ou cantado encante,
Amo a raiva de quem já me devia ter conhecido.
Voltarei a regressar ao futuro,
E nesse dia poderás assim roubar-me a paz de espírito que penso.
Deixa-os depois dizer a minha vida
E fazer nesse dia com que o caça descole com a bandeira preta,
Por isso nesse dia
Não me deixes a rebolar nas escadas e a ser uma escada que se desceu entre folhas de rewind.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Ondas


 As ondas avançam sem que demos por isso, mas avançam para que demos por isso, enquanto isso avançam para que pensemos dar por isso e no fim demos pelo mudar da cor da bandeira.
 Uma onda é um atravessar de verdades que rouba os pensamentos aos afortunados e uns segundos de visão aos fugitivos, é um estado de espírito cada vez mais ofegante. Faz-se de mar porque se pode fazer de tudo, mas nunca precisou de explicar o porquê da água toda, somos cegos às vezes. Por isso mesmo não é o sal da onda que nos atrai os olhos, e isso mostra-nos que o mar não é em nada feito de cerveja.
 Não há praia que esteja completa sem um pouco de abraços, é esse o resumo do sentido, de novo as ondas passaram e eu estou mais forte.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

O ilegal de Lisboa


Tens nome talvez de beto,
És filho bastardo da mais bela das mulheres,
Vives a cultura das culturas das variadíssimas culturas portuguesas mesmo muito para lá de Camões.
És o restaurante chinês ilegal,
És aquela loja onde talvez possamos a vida.

És o talvez eterno ilegal de Lisboa,
Que alguém nomeou terra de alguém,
Vives de uma beleza sem Belém,
Até ao dia em que o homem aí já voa.

És tu a terra que nunca se apregoa,
Que alguém chamou terra de ninguém,
Do cozido à portuguesa à quinoa,
Talvez sejas um mal que veio por bem.

Hnnnnffff,
Vida boa nesta terra,
Agora sim chegou a cabeça,
Entre estudo e vida vivem muitos fora da terra e dentro do céu,
Ou se calhar…
Bem,
Reprovam-se mais faltas de sabe-se lá o quê,
Talvez sejas a terra do bravo,
Mas há sequer Alfama em ti nesse teu canto?

Seja(s) como for és terra de visitas inocentes,
Porque talvez seja engraçadamente giro,
Hás-de morrer a ser todo o nosso país.
És muito desorganizado como qualquer necessidade que conhecemos como todos nós conhecemos,
Resumes a cidade em reais partes,
Mas talvez sejas um perigo para a gente… pff,
Cães na rua, pessoas na rua,
Vive-se mais nas boas coisas e tu con(cordas).

Pois muito bem, que se faça farinha,
A ver se por aqui não se anda na linha,
Pois ainda não se sabe, o que és de terra.

Tudo por tudo o que não se avizinha,
Para se ter o que a nossa Lisboa já tinha
Bem para dar-te a vida, que não aterra.

Talvez deixes de ter nome de beto,
Talvez obtenhas o mais recente visto,
Logo se vê ou… diz,
Que sejas somente “O de Lisboa”.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Menina

Menina que bailaste a acompanhar o pássaro verde,
que conheces a chave que não abres,
o que há mais neste planeta é (a)prendizagens com o ar,
e o que há de pássaro em ti é esse teu rugido de leão,
menina que bailas ao som da pena,
e a rocha?
És tu! Serena
enquanto vais desacenando ao ar que respiramos,
porque esse nunca passa sem se ouvir,
sem incêndios,
quanto mais leves forem os teus passos
mais sentirás que aprendeste mesmo a voar.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Pêndulo


Porque a mão é direita,
Mas o coração é esquerdo,
De alguma forma…
Temos de não cair.

sábado, 7 de julho de 2018

Esparsa


Isso é fome, ou é retraça,
Da qual já não pintei a massa
Nem tentei fazer de novo?
Cada gota que envidraça,
Faz-me nunca ser um estorvo.
A cada vento que passa,
Deixo de ser um mero corvo.
Sem saber esperar uma esparsa,
Ou viver do que eu não faça,
Pois que a elite seja o povo!